FREI GALVÃO, O PRIMEIRO SANTO NASCIDO NO BRASIL
Com o reconhecimento de uma junta médica italiana de milagre atribuído à intercessão Frei Galvão (1739-1822), o religioso pode se tornar o primeiro santo nascido no Brasil. «Eu só posso dizer que foi aprovado o milagre. É um caso bonito. Vamos aguardar. Vocês vão ver que vai ser um caso muito bonito», afirmou essa quinta-feira Irmã Cláudia Hodecker, da Ordem da Imaculada Conceição, que trabalha no processo de canonização. Segundo a Irmã, agora é preciso que um grupo de teólogos, cardeais e o próprio Papa assinem ratificando a canonização. Essa resolução poderia levar três meses. A postuladora da causa de Frei Galvão é Irmã Célia Cadorin, a mesma responsável pelo processo que levou aos altares em 2002 Madre Paulina (1865-1942), que nasceu na Itália mas atuou no Brasil, cujo santuário se encontra em Nova Trento (Estado de Santa Catarina, sul do país). Frei Galvão nasceu em 1739 de uma família profundamente piedosa e conhecida pela sua grande caridade para com os pobres. Batizado com o nome de Antônio Galvão de França, depois de ter estudado com os Padres da Companhia de Jesus, na Bahia, entrou na Ordem dos Frades Menores em 1760; diz biografia difundida pela Santa Sé. Foi ordenado Sacerdote em 1762 e passou a completar os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo, onde viveu durante 60 anos, até à sua morte ocorrida a 23 de Dezembro de 1822. A vida de Frei Galvão foi marcada pela fidelidade à sua consagração como sacerdote e religioso franciscano, e por uma devoção particular e uma dedicação total à Imaculada Conceição, como «filho e escravo perpétuo». Além dos cargos que ocupou dentro da sua Ordem e na Ordem Terceira Franciscana, ele é conhecido sobretudo como fundador e guia do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como «Mosteiro da Luz», do qual tiveram origem outros nove mosteiros. Além de Fundador, Frei Galvão foi também o projetista e construtor do Mosteiro que as Nações Unidas declararam Patrimônio cultural da humanidade. Enquanto ele ainda vivia, em 1798 o Senado de São Paulo definiu-o «homem da paz e da caridade», porque era conhecido e procurado por todos como conselheiro e confessor, além de o franciscano que aliviava e curava os doentes e os pobres, no silêncio da noite. Frei Galvão convida-nos a crescer em santidade e na devoção a Nossa Senhora da Conceição e deixa a todos nós brasileiros a grata mensagem de sermos pessoas da paz e da caridade, sobretudo para com os pobres e os marginalizados. O religioso foi beatificado pelo Papa João Paulo II no dia 25 de outubro de 1998. Em sua homilia na concelebração eucarística, o Papa disse que Frei Galvão «quis corresponder à própria consagração religiosa, dedicando-se com amor e devotamento aos aflitos, aos doentes e aos escravos da sua época no Brasil». «Sua fé genuinamente franciscana, evangelicamente vivida e apostolicamente gasta no serviço ao próximo, servirá de estímulo para o imitar como “homem da paz e da caridade”». Segundo João Paulo II, «a missão de fundar os Recolhimentos dedicados a Nossa Senhora e à Providência continua produzindo frutos surpreendentes: ardoroso adorador da Eucaristia, mestre e defensor da caridade evangélica, prudente conselheiro da vida espiritual de tantas almas e defensor dos pobres». «Que Maria Imaculada, de quem Frei Galvão se considerava «filho e perpétuo escravo», ilumine os corações dos fiéis e desperte a fome de Deus até à entrega ao serviço do Reino, mediante o próprio testemunho de vida autenticamente cristã», afirmou o Papa na beatificação.
Antônio Corrêa Galvão de França nasceu em 1739, em Guaratinguetá, Estado de São Paulo, e morreu em São Paulo, capital, no dia 23 de dezembro de 1822, aos 84 anos de idade.
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