31 março 2006

PROSEANDO


CAMINHAR AO ENCONTRO
por Giorgio Sinestri

No ano 2003, quando o Papa João Paulo II beatificou Madre Tereza de Calcutá, ele fez o mundo voltar os seus olhos para os pés desta mulher. Na ocasião, foi organizada uma exposição em homenagem à beata, e entre tantos objetos estavam as suas sandálias. Um simples calçado, já bastante gasto, que foi testemunha de tantas ações maravilhosas das quais, certamente, muitos de nós gostaríamos de presenciar.

Sandálias que calçavam os pés deformados e calejados devido as muitas e longas caminhadas a pé. Pés que nos convidam a refletir como seguir nossa caminhada.

Quando se ouve falar de caridade, logo se pensa nas mãos. As mãos que se estendem para ajudar, para confortar, para dar carinho e apoio. Com Madre Tereza foi diferente. O seu ensinamento está em nos fazer voltar os olhos para baixo, para o que se menos observa. Olhando para os seus pés desfigurados, ela nos impulsiona a nunca esperar que as pessoas venham até nós. Ela sempre tomava a iniciativa, ia em direção dos outros, era presença e se fazia serviço no seu caminhar constante.

Mas a vivência da caridade para Madre Tereza tinha, na oração profunda e constante, a fonte de toda a sua força. Rezando da forma como os indianos, ajoelhada por horas seguidas, os dedos dos pés também se moldaram, ficando transfigurados.
Seus pés ficaram deficientes, mas não se acomodaram diante da realidade que gritava por Deus. Madre Tereza caminhou e se colocou no meio de todos, sem ser o centro. Tornou a dignidade humana uma bandeira, cuidando daqueles que ninguém se aproximava.

Construiu a paz caminhando ...

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