
UMA QUARESMA DIFERENTE
por Rogerio Arruda Martins
Olá, que bom ter você por aqui! Iniciamos, neste mês de março, uma nova etapa no Portal SCJ em que contaremos com a publicação eletrônica mensal da Revista Dehoniana. Nesta obra, assumirei esta coluna – “Espiritualidade Renovada” – que tem por objetivo, partilhar algumas direções do Espírito para a nossa vida de oração e intimidade com o Senhor (espiritualidade) numa dimensão, num olhar, e/ou num jeito renovado, ou seja, diferente e até rejuvenescido.
Quero colocar-me a sua disposição acerca de maiores esclarecimentos e até partilhas. Para tanto, na seção "Contatos" na página inicial da Revista, é possível encontrar meu e-mail.
Neste mês, falaremos sobre a Quaresma, este tempo forte na Igreja. Um tempo que se privilegia o recolhimento e o confrontar-se a fim de converter-se e, assim, progredir na fé.
Provavelmente, você já deve ter feito – ou ao menos escutado alguém fazer – uma comparação da Quaresma (40 dias) com os quarenta dias que Jesus passou no deserto após ter sido batizado (cf. Mt 4,1-2; Mc 1,12-13 e Lc 4,1-2).
De fato, a Igreja nos coloca esta comparação; este é um dos sentidos fortes da Quaresma: união da nossa vida com Jesus, sobretudo neste tempo de tentação e provação sofrido por Ele (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 540).
Diante disso, quero partilhar com você algo diferente (lembra da nossa proposta?!): experimentarmos, nestes quarenta dias, o que experimentaram os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35).
Mas discípulos de Emaús?! Eles “aparecem” após a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus... por quê falar deles antes?! Vejamos.
Se você ainda não conhece esta passagem, não fique só na curiosidade, mas tome-a e leia-a. Você vai vibrar.
Os discípulos de Emaús estavam como que frustrados, pois o que deveria ter acontecido, parecia não ocorrido: aparentemente, Jesus estava morto e ponto final. Porém, enquanto discutiam, apareceu alguém misterioso que, muito “entrão”, quis fazer parte daquela conversa. Chegou como quem não quer nada, meio desinformado; os discípulos ficaram surpresos com o fato de que o “misterioso” não soubera da última (Jesus Nazareno fora morto).
Enquanto caminhavam para o povoado de Emaús, esses três iam conversando, embora o misterioso agora, falava um pouco mais. Discutiam sobre as Escrituras, sobre a história da salvação, enfim, sobre toda a espera do povo de Deus e a aparente frustração. Quando chegaram em Emaús - já estava anoitecendo - os discípulos, muito gentilmente, convidam o estranho para que ficasse com eles.
Sentados à mesa, o estranho tomou o pão, pronunciou a benção, partiu-o e deu a eles. “Espere! Nós conhecemos alguém que faz isto”.– disseram (podemos imaginar) os discípulos. Foi quando se deram conta de quem se tratava: JESUS. Imediatamente, Jesus desapareceu da frente deles.
Espantados, disseram um ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32) No mesmo instante, decidiram voltar à Jerusalém para testemunharem o que tinham visto e vivido.
Pois bem, aí está um grande roteiro para bem vivenciarmos a Quaresma: caminhar com Jesus – mesmo quando Ele não parecer conhecido – escutando-O falar de Si e da história da Salvação (Revelação); pedir que fique conosco; reconhecê-Lo no partir do pão (Eucaristia). Depois disto, cairmos em nós mesmos confessando que o nosso coração ardia quando falava-nos. O nosso ser estremece na presença do Senhor.
Acompanhados pelo Espírito Santo, consolados por Ele em nossas aflições, angústias, desesperos e desânimos, façamos esta experiência de caminhar esses quarenta dias ao lado de Jesus – partilhando as provações, as alegrias e as vidas – a fim de que, renovados dia após dia, chegando ao fim desta Quaresma (na Páscoa) possamos testemunhar, pelo que vimos e vivenciamos, tanto quanto aqueles discípulos, que Jesus está Vivo! Ele ressuscitou e está no meio de nós!
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