É o que considera o pe. Mariano Weizenmann, scj, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor da Faculdade Dehoniana, em Taubaté (São Paulo).
"A partir da concepção grega, o espinho na carne poderia sugerir um preocupante defeito, um vício ou um pecado", afirmou o sacerdote, em sua conferência, dia 3 de outubro, na Semana Teológica promovida pelo Instituto de Teologia e Filosofia Santa Teresinha, da diocese de São José dos Campos.
"Mas pelo que de Paulo conhecemos, no contexto em que estamos, e pela sua forte característica judaica, o espinho na carne tem a ver com sua vida habitual", afirma.
"O que é a vida na carne? Ou a encarnação?" – pergunta o teólogo. "É a vida desde a concepção até a última respiração. Todos nós estamos na carne, na maneira judaica de pensar."
"Na maneira grega, seria uma vida devassa, depravada. Mas, na maneira judaica, é a vida humana, com suas limitações e suas possibilidades de êxito", explica.
"Ora, assim, o mais provável é que o espinho seja o temperamento impetuoso e impaciente de Paulo. Isso deu muito sofrimento a ele."
De acordo com o teólogo, outra possibilidade do espinho na carne poderia ser o sofrimento de Paulo em ver sua gente recusar Jesus.
"Ele dedica três capítulos, o 9, 10 e 11, da carta aos Romanos, a esse grande problema. É porque essa era uma grande preocupação sua."
Segundo o sacerdote, há estudiosos que afirmam que o espinho na carne poderia ser alguma doença que causava desconforto ao apóstolo, como, por exemplo, um problema na vista.
"Mas parece mais provável o temperamento. Na segunda Coríntios há um retrato disso. Paulo começa a falar, fica nervoso, aí pede desculpas, e depois lembra que também eles têm culpa. Então é mais provável que seja isso", afirma.
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