30 junho 2006

MISSÃO

UM CORAÇÃO PARA AMAR
“Seja amado por toda a parte, o Sagrado Coração de Jesus.”
por José Lucio Gruber

Mês do Sagrado Coração de Jesus... vamos celebrar essa grande devoção que anima muitos fiéis da nossa Igreja... mas muito mais que celebrar, devemos nos deixar modelar por esse Coração que se doou até o fim por nós.

Surgiram na história muitas pessoas que propagaram a devoção do Sagrado Coração depois de Santa Margarida Maria, uma delas foi nosso fundador, Padre Dehon. Uma das diferenças dele aos outros destes propagadores, é que ele soube traduzir muito bem para a sociedade da sua época, as riquezas dessa espiritualidade. Tais como a reparação. Ele soube ver as necessidades e as fragilidades de seu tempo, e soube como agir diante de tal situação. Não só ele, mas deixou um legado de lutas sociais pelo bem dos mais necessitados. Numa sociedade onde imperava a desigualdade social, ele procurou fazer a “reparação” destes males junto aos operários e também aos patrões. Tudo por amor aos homens e à Cristo. Afinal, muito do sofrimento que vemos, é causado pelo desamor na sociedade. Há algum tempo atrás, nos idos do ano 2000, conversando com um homem de idade bem avançada, partilhava comigo e com algumas pessoas que estavam junto a nós, que sua filha, após ver no noticiário alguma notícia de tragédia, havia falado para ele que o mundo estava do jeito que estava porque nós o deixamos assim. Não julgando as gerações anteriores, somos chamados a reparar o mau que os outros fizeram, e também o que nós já fizemos. Amar sem julgar, sem ver a aparência, ou a situação social, econômica etc. quantas pessoas que passamos na rua e nem olhamos nos olhos e damos um bom dia. Bom dia esse que pode mudar o dia de uma pessoa. Pois pode ser que há muito tempo ninguém dê atenção a ela. Se doar pelos irmãos como Cristo nos ensina em sua oferta ao Pai.

Padre Dehon sempre teve a vontade de ser missionário, mas nunca conseguiu. Com seus religiosos espalhados pelo mundo, ele se sentiu um missionário. Mas, neste ponto, podemos afirmar que ele foi um grande missionário, pois, como todo bom missionário, soube ver as carências da sociedade onde estava e trabalhá-las. Foi um profeta do amor em sua própria realidade. Por vezes isso nos falta... pensamos em ir longe para levar o Cristo, esquecendo que tem muito a fazer em nossa própria realidade social, por vezes nem ligando para o mal que está nela. “Um ouvido voltado para o Evangelho, outro para o povo” é isso que Padre Dehon nos ensina ainda hoje.

Não só, mas no contexto de nosso mundo, somos chamados a sermos discípulos do Sagrado Coração em todas as realidades em que não é dignificada a pessoa humana. Inseridos nos problemas de hoje, como a questão bioética, a política, entre outros casos. Não só falando e citando bons exemplos, mas também garantindo os direitos legais a todos. Não podemos nos calar diante desses fatos, mas, como Padre Dehon, defender o oprimido, mas sabendo como. Não foi por acaso que ele história, filosofia, direito, teologia. Foi para melhor servir a Cristo, também na pessoa dos irmãos. E nós como estamos nos preparando? Neste mês do Sagrado Coração, reflitamos em como podemos ser profetas do amor na realidade sócio-cultural em que vivemos, e como estamos nos preparando.

“Sejam como fogo para fazer o Coração de Jesus conhecido em Todas as partes”.(P. Dehon)

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