29 novembro 2006

Novo portal dehoniano na internet

Nesse próximo dia 01 de dezembro entra no ar o Portal Dehon Brasil com o objetivo de congregar numa só rede as províncias e os sites dehonianos.

A partir de uma iniciativa do pe. Zezinho, scj que adquiriu um aparelho que o tornou provedor, vai se buscar o sint unum na internet. Dessa idéia do pe. Zezinho e aproveitando a iniciativa dos seminaristas da Casa Padre Dehon com o Portal SCJ Brasil, essa realidade está começando a nascer. Os seminaristas Giorgio Sinestri (BM) e José Ronaldo (BC) assumiram essa tarefa sob a supervisão do pe. Reinaldo Braga, scj e todo apoio dos provinciais.

O Portal ainda estará hospedado a princípio no endereço da Casa Padre Dehon, mas logo será acessado pelo www.dehonbrasil.org

Giorgio e José Ronaldo: concretizaram a idéia do Portal Dehon Brasil

27 novembro 2006

Veja e leia sobre mais assuntos da edição de dezembro da IRaoPOVO

Estudo bíblico – pág. 20



A caminhada com Marcos
Padre André Vital, scj termina a série sobre o Evangelho de Marcos. Um estudo que é fundamental para responder a pergunta quem é Jesus e como ser seu seguidor.

Liturgia e vida – pág. 22



Sagrada Família
Celebrada no domingo da oitava de Natal, a Festa da Sagrada Família está incluída nas celebrações natalinas. É um momento oportuno para se rezar pelas famílias.


Entrevista – pág. 26



Casamento e eficiência
Administrador de empresas, conferencista e articulista de importantes revistas brasileiras, Stephen Kanitz dá a sua opinião sobre casamento, família, filantropia e obras assistenciais.


Reflexão – pág. 34



Deixe o sol entrar...
Alcides Nogueira, autor de teatro e de telenovelas, convida todos, nesse final de ano, a apostar na esperança: o melhor ainda está por vir.

 

Eutanásia ou Ortotanásia?

O Conselho Federal de Medicina do Brasil aprovou uma Resolução no dia 9 de novembro passado que aborda a suspensão de procedimentos e tratamentos que permitem o prolongamento da vida em fase terminal de enfermidades graves e incuráveis.
Neste contexto, surgiu a polêmica em torno aos conceitos de eutanásia e ortotanásia.
O cardeal Agnelo explica que ortotanásia implica uma situação em que se reconhece a inutilidade do tratamento para manter vivo o paciente. Neste caso, recorre-se aos cuidados paliativos sem, contudo, utilizar meios para abreviar a vida. Por isso não se trata de eutanásia.
O purpurado lança mão de orientações dadas já em 1980 pela Congregação para a Doutrina da Fé, que publicou uma declaração sobre a eutanásia:
a) A eutanásia é condenada, porque atenta contra um direito fundamental, irrenunciável e inalienável.
b) A dor possui um valor cristão, mas não seria prudente impor um comportamento heróico como norma geral. Ao contrário, a prudência humana e cristã sugere o uso de medicamentos para abreviar ou suprimir a dor.
c) A obstinação terapêutica é condenada, em favor da dignidade da vida humana.
d) O direito de morrer com serenidade e com dignidade humana e cristã é defendido, sem que isso signifique a procura voluntária da própria morte.
e) A terminologia sobre os meios ordinários e extraordinários é superada, utilizando-se, em seu lugar, uma nova categoria conceitual, a dos meios proporcionais e desproporcionais. O objetivo desta nova terminologia é avaliar o caráter de um meio terapêutico: tipo grau de benefício, riscos adicionais, custos, possibilidade de aplicação quanto à resposta e às condições físicas e morais do enfermo. A mudança de termos visa alcançar com mais clareza as circunstâncias que envolvem um doente em seu processo de morte.
f) O pedido de eutanásia não deve ser tomado como expressão da verdadeira vontade do enfermo. Este pedido manifesta o desejo angustiado de assistência e de afeto.

Diante dessas orientações, o cardeal enfatiza que "a vida é dom de Deus. Seja respeitada a sua dignidade até o fim natural".

24 novembro 2006

Assembléia Geral do CONIC

80 representantes de diversas tradições cristãs estiveram reunidos em Brasília para a XII Assembléia Geral do CONIC. Nos dias 15 a 17 de novembro, sob a invocação: "Deus, em tua graça, transforma o nosso país", a Assembléia fez uma experiência extraordinária de fraternidade e oração.
No discurso de abertura, o Presidente do CONIC, pastor Rolf Schünemann, solicitou uma atenta reflexão sobre a conjuntura e as perspectivas do ecumenismo no Brasil. A intervenção do pastor Walter Altmann, Presidente da IECLB e Moderador do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas, vislumbrou o horizonte dos campos de ação ecumênica das Igrejas Cristãs sob o impulso do Conselho Mundial de Igrejas.
A decisão do XVIII Concílio da Igreja Metodista, que desligou oficialmente essa Igreja irmã do CONIC foi registrada com pesar pela Assembléia. Uma carta cheia de expressões de confiança foi escrita para ser enviada ao Colégio Episcopal da IM na esperança que novas oportunidades de encontro e diálogo sejam oferecidas às Igrejas-membro.
A eleição da nova Diretoria foi à expressão da profunda fraternidade vivida não somente na Assembléia, mas na longa experiência de 24 anos de vida do CONIC. A Diretoria resultou assim formada: Presidente Pastor Carlos Möller - IECLB; 1º Vice-Presidente Dom José Alberto Moura - ICAR; 2º Vice-Presidente Revmo Bispo Filadelfo Oliveira Neto - IEAB; 3º Vice-Presidente Rev. Gerson Antônio Urban - IPU; Secretária Sra. Janette Ludwig - IECLB; Tesoureira Sra. Lídia Fernanda Crespo Correia - IEAB.
Tendo avaliado positivamente as Campanhas da Fraternidade realizadas em conjunto nos anos 2000 e 2005, a Assembléia aprovou o pedido para CNBB ceder a realização da terceira Campanha da Fraternidade Ecumênica no ano de 2010, centenário do Congresso de Edimburgo que deu impulso extraordinário ao movimento ecumênico contemporâneo.

Crianças sofrem com a falta de água, diz ONU


A falta de acesso à água potável é a principal causa das enfermidades que legam à morte milhares de crianças no mundo, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A cada 24 horas morrem 5 mil crianças no mundo em conseqüência direta da diarréia e outras doenças causadas pela água suja e saneamento insuficiente.
Dessa cifra, 13 menores são mexicanos, que se somam ao total de um milhão e 800 mil falecimentos, por ano, por padecimentos previsíveis, conseqüentes da crise da água. O país asteca gasta mais em armas que em infra-estrutura para assegurar o abastecimento de água segura em áreas como Oaxaca, onde a crise social e política ocorre há muito tempo.
A diarréia, afirma o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, "é o segundo assassino das crianças. Mata cinco vezes mais que o paludismo e a tuberculose juntos, ou que qualquer ato terrorista". Só do dia 11 de setembro de 2001, durante os atentados em Nova York, morreram entre 3.500 a 4.000 pessoas, ressaltou.
O México faz parte dos governos que, a pesar da "crise" do vital elemento preferem ter um gasto militar superior ao destinado ao abastecimento da água, especialmente a infra-estrutura em áreas com baixo nível de desenvolvimento humano, como Chiapas, Guerrero e Oaxaca. O investimento militar é seis vezes superior, enquanto que no Paquistão é 47.
De acordo com o PNUD, se vive uma crise mundial fomentada pelas relações desiguais e pela pobreza. Sua mais recente análise reflete, por exemplo, as disparidades entre ricos e pobres mexicanos. A desigualdade de distribuição de renda ou gastos entre 10% do primeiro grupo e 10% do segundo é de 24,6%, e se se faz a diferença em porcentagem de 20, é de 12.8.
Fonte: Agência Adital

22 novembro 2006

A edição de dezembro já está quase chegando!!!


Amanhã ou sexta a edição de dezembro da IR ao POVO chega da gráfica.
Você poderá ver em primeira mão algumas matérias desse edição de clima natalino.

IRaoPOVO n. 124 - "Não havia lugar para eles na hospedaria..."

Espiritualidade - pág. 10



Vamos trabalhar!
Frei Patrício Sciadini fez um agradável e proveitoso caminhar, meditando os dez passos da oração. Com ele, pôde-se compreender que a oração não acontece por acaso. Ela é fruto de um grande amor a Deus, fonte de toda nossa alegria, e que nos impulsiona para a missão.




O Coração de Jesus - pág. 11



A contribuição dos dominicanos
No culto ao Coração de Jesus, os dominicanos não podem ser esquecidos. Principalmente na Idade Média e na Alemanha, eles difundiram muito essa devoção.




Memorandum - pág. 13




Livre pelo perdão
O Dia do Perdão, celebrado em 24 de dezembro, é propício para se refletir sobre esse ensinamento importante de Jesus. Nessa página, há algumas dicas para vivenciar a liberdade do perdão.

18 novembro 2006

Texto-base da CF 2007

Acaba de ser publicado o Texto Base da Campanha da Fraternidade de 2007, que é a peça-chave da Campanha da Fraternidade. Nele se encontram as propostas que a CNBB faz para a Campanha, as motivações, a reflexão sobre o tema, “fraternidade e Amazônia”, sobre o lema, “vida e missão neste chão”, e as orientações específicas para a sua realização.
Seguindo o método ver-julgar-agir, na primeira parte vem uma exposição sobre a realidade humana, sócio-político-econômica e ambiental da Amazônia, que requer a especial atenção da Igreja e da sociedade em geral. Muitos são os dados sobre a realidade oferecidos pelo Texto base. Depois aparece uma reflexão, à luz da Palavra de Deus e dos princípios éticos, para o discernimento crítico sobre as complexas questões amazônicas. Por fim, o texto apresenta pistas de ação para marcar com a fraternidade a cultura e a convivência social.
Ao falar em Amazônia, vem imediatamente à memória a preocupante questão ambiental: a devastação do verde das florestas, a ameaça à riquíssima biodiversidade, terras que vão sendo ocupadas, muitas vezes de forma desordenada e predatória, sem que o complexo e delicado eco-sistema seja respeitado. O egoísmo e a ganância na exploração das riquezas, o descuido e a imprudência ameaçam seriamente esse patrimônio natural, que não é somente dos brasileiros; a devastação da Amazônia representa uma ameaça e uma perda para toda a humanidade.
Mas a Amazônia também faz pensar em questões antropológicas e sociais: indígenas perturbados em seu espaço e agredidos em suas culturas, esvaziamento do território, crescimento caótico dos centros urbanos, conflitos sociais por causa da disputa pela posse das terras e das suas riquezas, iniciativas econômicas inadequadas ao ambiente. O impacto da globalização econômica e cultural sobre as populações originárias e tradicionais gera migrações e desenraizamento social, cultural e religioso. No coração da Amazônia constatam-se problemas sociais típicos de áreas metropolitanas e industriais do centro-sul do País: Falta de estruturas e de serviços públicos nas extensas áreas suburbanas, desemprego, degradação dos costumes, desagregação familiar e muita violência. Na Amazônia está acontecendo um grave transtorno de fundo antropológico, com a perda irreparável de inestimáveis riquezas humanas e culturais das populações locais.
A Igreja católica marcou a Amazônia é outro aspecto que a Campanha da Fraternidade quer trazer à reflexão. Desde a chegada dos europeus naquela região, no século XVI, durante muito tempo os missionários estiveram praticamente sozinhos ao lado dos povos indígenas, defendendo-os e levando-lhes os benefícios da saúde e da educação, junto com a mensagem religiosa. Hoje, novos e grandes desafios são postos à ação evangelizadora da Igreja: Milhares de migrantes de todas as partes do Brasil entraram nas novas áreas de povoamento e necessitam de assistência religiosa e pastoral, além de estruturas para a assistência social e a vida eclesial. Os recursos humanos e materiais são escassos para a imensidade da missão. Muitas vezes, a Igreja precisa mediar conflitos ou defender as populações expostas à ganância do poder econômico. Com freqüência, é ao abrigo de suas capelas e centros comunitários que o povo amazônico pobre encontra espaço para o reconhecimento e a afirmação de sua dignidade.
Até agora as dioceses e prelazias daquela região foram assistidas sobretudo por generosos missionários estrangeiros; agora chegou a hora de uma grande ação solidária de toda a Igreja no Brasil para a evangelização da Amazônia. O apoio e o revigoramento daquela Igreja local tornou-se urgente e requer a ajuda de voluntários e missionários das outras regiões do País, além de recursos econômicos e logísticos.
“Vida e missão nesse chão”, este é o desafio! A proposta da Campanha da Fraternidade de 2007 é promover a fraternidade efetiva com as populações amazônicas; é defender e promover a vida, que se manifesta com tanta exuberância na Amazônia. A mesma preocupação com a fraternidade e a solidariedade também está por trás da defesa do ambiente, casa comum e o patrimônio do qual todos têm o direito de usufruir e viver, também nas futuras gerações. A Amazônia, berço generoso de tanta vida, precisa também ser chão fraterno entre povos e culturas.
A Campanha da Fraternidade de 2007 será lançada no dia 21 de fevereiro de 2007, quarta-feira de cinzas; ela será uma ocasião privilegiada para que o Brasil todo tome consciência mais profunda sobre a complexa problemática da Amazônia; poderá ser o momento de trazer a Amazônia mais para dentro do coração da Igreja e de todos os brasileiros; oportunidade também para suscitar iniciativas e ações eficazes de valorização e defesa daquela vasta e ameaçada região, antes que seja tarde demais.
D.Odilo Pedro Scherer
Bispo Auxiliar de São Paulo / Secretário-Geral da CNBB

01 novembro 2006

Palavra do Papa

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Missão ”A caridade, alma da missão”

Queridos irmãos e irmãs!

1. O Dia Mundial da Missão que celebraremos, se Deus quiser, no domingo 22 de outubro, oferece a oportunidade de refletir este ano sobre o tema «A caridade, alma da missão». A missão, se não está orientada pela caridade, ou seja, se não surge de um profundo ato de amor divino, corre o risco de reduzir-se a mera atividade filantrópica e social. O amor que Deus tem por cada pessoa constitui, de fato, o coração da experiência e do anúncio do Evangelho, e todos que o acolhem se convertem por sua vez em testemunhas. O amor de Deus que dá vida ao mundo é o amor que a nós entregue em Jesus, Palavra de salvação, imagem perfeita da misericórdia do Pai celestial. A mensagem salvífica poder-se-ia sintetizar, portanto, nas palavras do Evangelista João: «Nisto se manifestou o amor que Deus nos tem; em que Deus enviou ao mundo seu Filho único para que vivamos por meio dele» (1 João 4, 9). O mandato de difundir o anúncio deste amor foi confiado por Jesus aos apóstolos depois de sua ressurreição, e os apóstolos, transformados interiormente no dia de Pentecostes pela potência do Espírito Santo, começaram a dar testemunho do Senhor morto e ressuscitado. Desde então, a Igreja segue esta mesma missão, que constitui para todos os crentes um compromisso irrenunciável e permanente.

2. Toda comunidade cristã está chamada, portanto, a dar a conhecer que Deus é Amor. Neste mistério fundamental de nossa fé quis deter-me a refletir na encíclica «Deus caritas est». Deus penetra com seu amor toda a criação e a história humana. O homem, em sua origem, saiu das mãos do Criador como fruto de uma iniciativa de amor. O pecado ofuscou depois nele a marca divina. Enganados pelo maligno, os primeiros pais Adão e Eva abandonaram a relação de confiança com seu Senhor, cedendo à tenção do maligno, que introduziu neles a suspeita de que Ele era um rival e queria limitar sua liberdade. Deste modo, preferiram a si mesmos em lugar do amor gratuito divino, persuadidos de que desta maneira estavam reafirmando seu livre arbítrio. Como conseqüência, acabaram perdendo a felicidade original e experimentaram a amargura da tristeza do pecado e da morte. Deus, contudo, não os abandonou e prometeu a eles e a sua descendência a salvação, preanunciando o envio de seu Filho unigênito, Jesus, que revelaria, na plenitude dos tempos, seu amor de Pai, um amor capaz de resgatar toda criatura humana da escravidão do mal e da morte. Em Cristo, portanto, comunicou-se a vida imortal, a mesma vida da Trindade. Graças a Cristo, Bom Pastor, que não abandona a ovelha perdida, dá-se a possibilidade aos homens de todos os tempos de entrar na comunhão com Deus, Pai misericordioso, disposto a voltar a acolher em sua casa o filho pródigo. Sinal surpreendente deste amor é a Cruz. Em sua morte na cruz, Cristo --como escrevi na encíclica «Deus caritas est»-- «realiza esse se colcoar Deus contra si mesmo, ao entregar-se para dar nova vida ao homem e salvá-lo: isto é amor em sua forma mais radical […]. É ali, na cruz, onde se pode contemplar esta verdade. E a partir dali se deve definir agora o que é o amor. E, desde essa visão, o cristão encontra a orientação de seu viver e de seu amar» (n. 12).

3. Na vigília de sua paixão, Jesus deixou como testamento aos discípulos, reunidos no Cenáculo para celebrar a Páscoa, o «mandamento novo do amor – “mandatum novum”»: «O que vos mando é que vos ameis uns aos outros» (João 15, 17). O amor fraterno que o Senhor pede a seus «amigos» tem seu manancial no amor paterno de Deus. Observa o apóstolo João: «todo o que ama nasceu de Deus e conhece a Deus» (1 João 4, 7). Portanto, para amar segundo Deus é necessário viver nEle e dEle: é Deus a primeira «casa» do homem e só quem habita nEle arde com um fogo de caridade divina capaz de «incendiar» o mundo. Não é esta a missão da Igreja em todos os tempos? Então não é difícil compreender que a autêntica solicitude missionária, compromisso primário da comunidade eclesial, está unida à fidelidade ao amor divino, e isto vale para cada cristão, para cada comunidade local, para as Igrejas particulares e para todo o Povo de Deus. Precisamente da consciência desta missão comum recobra forças a generosa disponibilidade dos discípulos de Cristo para realizar obras de promoção humana e espiritual que testemunham, como escrevia o querido João Paulo II na Encíclica «Redemptoris misio», «a alma de toda a atividade missionária»: «o amor, que é e continua sendo a força da missão, e é também o único critério segundo o qual tudo se deve fazer e não fazer, mudar e não mudar. É o princípio que deve dirigir toda ação e o fim ao qual deve tender. Atuando com caridade ou inspirados pela caridade, nada é disforme e tudo é bom» (número 60). Ser missionários significa amar a Deus com todo nosso ser, até dar, se é necessário, inclusive a vida por Ele. Quantos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, também em nossos dias, ofereceram o supremo testemunho de amor com o martírio! Ser missionários é atender, como o bom Samaritano, as necessidades de todos, especialmente dos mais pobres e necessitados, porque quem ama com o coração de Cristo não busca o próprio interesse, mas unicamente a glória do Pai e o bem do próximo. Este é o segredo da fecundidade apostólica da ação missionária, que supera as fronteiras e as culturas, chega aos povos e se difunde até os confins extremos do mundo.

4. Queridos irmãos e irmãs, que a Jornada Missionária Mundial seja uma oportunidade para compreender cada vez melhor que o testemunho do amor, alma da missão, concerne a todos. Servir ao Evangelho não deve ser considerado como uma aventura em solitária, mas como um compromisso compartilhado de toda comunidade. Junto aos que estão em primeira linha nas fronteiras da evangelização --e penso com reconhecimento nos missionários e nas missionárias-- muitos outros, crianças, jovens e adultos, contribuem com a oração e sua cooperação de diversos modos à difusão do Reino de Deus na terra. O desejo é que esta participação cresça cada vez mais graças à contribuição de todos. Aproveito esta oportunidade para manifestar minha gratidão à Congregação para a Evangelização dos Povos e às Pontifícias Obras Missionárias (PP.OO.MM.), que com entrega coordenam os esforços deslocados em todas as partes do mundo em apoio à ação de todos que se encontram em primeira fila nas fronteiras da missão. Que a Virgem Maria, que com sua presença na Cruz e sua oração no Cenáculo colaborou ativamente nos inícios da missão eclesial, apóie sua ação e ajude aos crentes em Cristo a ser cada vez mais capazes de autêntico amor, para que em um mundo espiritualmente sedento se convertam em manancial de água viva. Apresento meu auspício de coração, enquanto envio a todos minha Benção.
Vaticano, 29 de abril de 2006.
Papa Bento XVI
(tradução: Zenit)