30 julho 2009

,O Ano Sacerdotal - “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”

Inúmeras são as iniciativas que podemos tomar ao longo do “Ano Sacerdotal”, para o bem dos sacerdotes e a fecundidade do seu ministério pastoral.
Em primeiro lugar, queremos empenhar-nos ardorosamente, a fim de que seja um ano devidamente celebrado em nossa Diocese, envolvendo todas as Paróquias, Comunidades e todo o Povo de Deus, sobretudo, redobrando nosso amor e nossa oração pela santificação de nossos queridos Padres.
Os Presbíteros devem receber um carinho especial do Povo de Deus, pois a vida cristã dos fiéis depende praticamente do ministério zeloso e generoso de seus Padres.
O Padre que está à frente de uma Paróquia, seja como Pároco ou Vigário paroquial, merece uma atenção especial de seus paroquianos e paroquianas. Diariamente os/as paroquianos/as devem agradecer a Deus pelo “seu” Padre, pela vida e pela vocação do Sacerdote que exerce a caridade pastoral na paróquia que lhe foi confiada.
O Padre precisa muito das orações, do apoio e da solidariedade de seus fiéis para viver em santidade, para ser fiel a Jesus Cristo, Bom Pastor. O povo nutre uma ternura filial para com o Padre que transparece um coração bondoso, misericordioso, compassivo e acolhedor. São essas as virtudes que mais cativam e arrastam os corações dos fiéis cristãos.
Mais do que julgar e falar mal do Padre e do seu jeito de ser e de fazer, as pessoas são convidadas a rezar pela santificação dos sacerdotes. Também o Padre precisa muito do perdão, da compreensão, do apoio e do incentivo de seus/suas paroquianos/as.
Fico muito feliz, e conforta sobremaneira meu coração de Bispo, quando percebo o amor gratuito e fraterno que o Povo de Deus tem para com o Padre. É bonito ver e faz o coração da gente vibrar mais intensamente, quando constato uma convivência fraterna e amiga do Padre com os leigos e leigas, corresponsáveis na obra da evangelização. Nada mais eficaz para a construção e crescimento do Reino de Deus do que o testemunho de comunhão e de unidade.
Meu coração chega a derramar lágrimas de gratidão, quando percebo ou ouço dizer que pessoas de diversas paróquias manifestam uma atenção carinhosa e amiga para com os Padres idosos ou doentes. Tal sensibilidade e solidariedade cristã tocam o divino, pois o coração do Pai aceita gestos assim como feitos a Ele.
Graças a Deus, a maioria de nosso Povo cultiva grande respeito e gratidão aos Padres que deram tudo de si, gastando sua vida a serviço do Reino e do bem-estar espiritual das almas. Sou testemunha da abnegação e da ternura com que pessoas de coração grande assumem essa tarefa tão humana e tão divina. Não ficarão sem a divina recompensa…
Fixando nosso olhar e o nosso coração no Coração transpassado de Cristo, Dele aprenderemos a arte de querer bem e de amar nossos Sacerdotes.
São João Maria Vianney nos ensine a rezar pelos Sacerdotes e a amá-los de todo o coração.
Maria Santíssima, Mãe de Jesus Sacerdote, abençoe abundantemente todas as pessoas que rezam pelos Sacerdotes.

Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de santo André

08 julho 2009

Nota da CNBB contra a corrupção

“Na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,10).


Nós, membros do Conselho Permanente da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunidos em Brasília, nos dias 16 a 18 de junho de 2009, manifestamos indignação diante das repetidas acusações de corrupção nas instâncias dos Poderes constituídos. A corrupção e a decorrente impunidade constituem grandes ameaças ao sistema democrático.

A corrupção aumenta o fosso das desigualdades sociais, como também a miséria, a fome e a pobreza. Além de ferir gravemente o princípio do destino universal dos bens, raramente se tem notícias sobre a restituição dos recursos e bens públicos usurpados. A corrupção trai a justiça e a ética social, compromete o funcionamento do Estado, decepciona e afasta o povo da participação política, levando-a ao desprezo, perplexidade, cansaço, revolta, e ao descrédito generalizado, não somente pelos políticos, mas também pelas Instituições Públicas.
A imprensa nacional e os órgãos públicos competentes têm divulgado a prática de comprovada corrupção nos meios políticos como um círculo vicioso, um hábito enraizado na inversão dos meios e do fim da “coisa pública”. Ao mesmo tempo em que a mídia funciona como caixa de ressonância, denunciando os males presentes na vida política, muitas vezes pode semear na opinião pública a idéia da inutilidade do Congresso, desvalorizando a democracia.

Diversas instâncias da sociedade civil já é se manifestam em favor da reforma política para, entre outros objetivos, sanar os males da corrupção sedimentados na vida pública. A Igreja quer contribuir para o bem comum, lembrando as exigências éticas do Evangelho. A política é um serviço ao bem comum, na construção da sociedade justa, fraterna e solidária. Os políticos sejam pessoas dotadas de virtudes sociais, como competência, retidão, transparência e espírito de serviço, sendo os primeiros responsáveis pela ordem justa na sociedade. A superação da corrupção exige pessoas e partidos com perfil íntegro para o exercício do mandado publico. Convocamos a todos para que, através do Projeto de Lei de Iniciativa Popular sobre a Vida Pregressa dos Candidatos (Projeto Ficha Limpa), da Reforma Política e outras mobilizações, possamos garantir eleições regidas pela ética em 2010, fortalecendo a participação e garantindo a credibilidade dos processos democráticos. Nesse sentido, a Igreja oferece, por meio das escolas de Fé e Política, uma concreta e valiosa contribuição.

Que Nossa Senhora Aparecida, serva de Deus e da humanidade, ajude o povo brasileiro a combater a corrupção, cirando condições para uma sociedade justa e plenamente democrática.

Esperamos que esta nota da CNBB nos encoraje na evangelização em prol da ética na política. Nossa missão é defender a vida, a justiça, a dignidade da pessoa e os direitos humanos. Para isso vamos formar nossos fiéis na dimensão social do evangelho e prepará-los para assumirem funções políticas como lugar de evangelização.